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Vacinação das Lactantes em São Caetano

por Mulheres por + Direitos

6 jul 2021, 12:59 Tempo de leitura: 3 minutos, 56 segundos
Vacinação das Lactantes em São Caetano

No momento que escrevemos esse texto, o Brasil já passou de 525 mil mortes causadas pela Covid-19 e mais de 18 milhões de casos desde março de 2020. O mais alarmante é que o número de mortes pela doença foi maior em 2021 do que em todo o ano de 2020, isso mesmo, no ano que se não fosse a incompetência, o genocídio e a corrupção do presidente brasileiro, era para ser já o primeiro semestre aquele da vacina no braço do povo brasileiro.

Segundo os dados do Governo Federal, são 106 milhões de doses aplicadas, sendo somente 27 milhões de segundas dose, ou seja, apenas 13% da população com o ciclo vacinal completo. Em nossa cidade, a situação é melhor, mas longe de ser confortável, são 36 mil segundas doses aplicadas, algo cerca de 22% de toda a nossa população.

Se esses números colocam em estado de alerta a população brasileira, essa situação é ainda mais grave para mulheres lactantes e seus bebes. Até março de 2021, segundo o Vital Strategies, ao menos 899 bebês com menos de 1 ano morreram de covid no Brasil, um dos maiores números do mundo.  Mais ainda, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (SIVEP- GRIPE), mostrado pelo Estadão, sem políticas públicas de proteção à infância, sem controle da pandemia, o Brasil fica em segundo lugar no ranking de vítimas da COVID-19 entre 0 a 9 anos, perdendo apenas para o Peru.

Crianças não recebem vacinação contra COVID, por isso, uma das formas de evitar a contaminação é incluir as lactantes como prioridade no calendário de vacinação, protegendo assim tanto essas mulheres como seus filhos e filhas. Segundo a OMS, o objetivo da vacinação é contribuir para a proteção equitativa, portanto a vacinação para lactantes é proteção à vida, não só uma vida, mas possivelmente duas. Isso porque, estudos como o do Hospital das Clínicas e da faculdade de medicina da USP afirmarem que foram encontrados anticorpos contra o COVID em leite materno mesmo após 4 meses da vacinação com a Coronavac (em especial após a 2ª dose), mostrando fortes evidências que da transmissão mais rápida de anticorpos para os bebês através da imunização natural. Somam-se ao estudo dos Hospital das Clínicas, o da Academia de Medicina da Amamentação no Canadá e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Tais pesquisas levaram a Sociedade Brasileira de Pediatria a “recomendar a vacinação de mulheres que, na sua oportunidade de vacinação, estiverem amamentando, independentemente da idade de seu filho, sem necessidade de interrupção do aleitamento materno, ressaltando todos os benefícios de ambas as ações (imunização e amamentação).”

Em um cenário de escassez de vacinas, a possibilidade de uma única dose imunizar duas vidas é uma grande janela para utilizarmos melhor os recursos e também proteger quem tem a maior sobrecarga de tarefas em nossa sociedade (mulheres mães).

No estado de São Paulo já são mais de 40 cidades que tem algum grau de prioridade na vacinação das lactantes, por exemplo, a capital paulista.   No ABC, apenas São Caetano do Sul e Diadema não incluíram essas mulheres na lista de prioridades.

A inclusão dessas mulheres na prioridade da vacinação tem sido uma bandeira do nosso mandato, além de articularmos iniciativas legislativas, falarmos sobre o tema na tribuna da Câmara e votarmos favoráveis a outras, na última semana organizamos uma live com um conjunto de especialistas no tema (lactantes, doulas, obstetrizes e etc) para falar sobre a importância dessa vacinação para lactantes, quais as vantagens para a mãe e a criança.

A nível federal, foi aprovado no Senado o projeto de lei 2.112/2021 para inclusão de lactantes no plano nacional de vacinação, agora falta a aprovação da Câmara dos Deputados e a sanção do presidente. Enquanto isso, seguiremos articulando para que a inclusão ocorra no nível municipal, como tem ocorrido em outros municípios e até mesmo estados. Por isso, convidamos você que está lendo esse texto a assinar o nosso abaixo-assinado pela vacinação das lactantes que será protocolado na Secretaria de Saúde. Assine em:

Nesse momento tão importante para a saúde pública, onde o descaso do governo Bolsonaro segue sendo responsável por ceifar vidas, o direito a vacinação, principalmente, para mulheres mães é um ato de resistência ao negacionismo.