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Mulheres por + Direitos

Atuando em diferentes áreas, Bruna Biondi, Fernanda Gomes e Paula Aviles formam o mandato coletivo das Mulheres por + Direitos do PSOL. 2.101 pessoas apostaram nas urnas em um projeto radical, de combate ao bolsonarismo e aos coronéis locais, colocando no centro as mulheres e a juventude.

A eleição do mandato coletivo das Mulheres por + Direitos nos mostra as responsabilidades que se ampliaram significativamente. Mas para além disso, nos mostra a esperança da construção de um projeto político socialista, a partir do fortalecimento dos nossos movimentos e de nossas frentes de luta, utilizando da Câmara como uma das tantas necessárias ferramentas de luta.

Bruna

Ainda quando era secundarista, Bruna se interessou por política nas mobilizações “Fora Temer”. Debatendo no colégio sobre diversos assuntos como Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência, ela consolidou seu pensamento crítico, político e organizou espaços de discussão mensais com os secundaristas. Foi fundadora do coletivo Juventude por + Direitos em São Caetano do Sul, organização que hoje possui atuação em todo o ABC.

Organizado por mulheres feministas, a primeira manifestação que participou foi em 2016, contra o estupro coletivo de uma mulher por mais de 30 homens no Rio de Janeiro. Bruna considera esse dia como um marco, e a partir disso, começou a trilhar sua trajetória como militante.

Com o tempo se tornou imprescindível para mim a construção de organizações socialistas e revolucionárias. Vivenciar ao longo dos anos cortes brutais dos direitos dos(as) trabalhadores(as), a destruição do nosso ecossistema e a manutenção de privilégios para a opressão das minorias me fez perceber as debilidades do sistema capitalista e a necessidade de lutarmos por uma sociedade que de fato seja livre”.

No PSOL, ela ajudou na construção da candidatura a deputado federal que elegeu Sâmia Bomfim em 2018, se tornando a deputada mais combativa do estado de São Paulo que, na época, foi uma vitória essencial para manter a cabeça erguida à infeliz vitória do bolsonarismo nas urnas. Além disso, Bruna atua como secretária-geral do partido em São Caetano do Sul.

Militando com a Juventude por + Direitos, ela ocupou o Conselho Municipal de Políticas Culturais de São Caetano do Sul, como suplente de dança, sendo uma das primeiras experiências de enfrentamento da máquina pública do coletivo num processo eleitoral.

Vivendo a aproximação da barbárie na eleição de Bolsonaro, o cenário deu garantia para que ela entendesse a necessidade de apostar nos movimentos sociais e na construção dos trabalhos de base como coordenadora do cursinho popular Edupovo na cidade, o único gratuito. Consolidada como uma das figuras da luta da juventude no ABC, a estudante de Gestão de Políticas Públicas na USP fez parte do Conselho de Políticas Culturais, do Conselho de Proteção e Defesa da Mulher.

Fernanda

Acostumada a combater o machismo desde a infância no futebol, Fernanda Gomes começou a se interessar por política ainda bem nova. Lutando por seus direitos e espaço nos ambientes, a covereadora se identificou com a política descobrindo-a dentro dos grupos sociais que frequentava. Com o passar do tempo, ela foi percebendo os problemas políticos, econômicos e sociais e a realidade em que a sociedade estava inserida.

Em sua primeira graduação em Educação Física na USP, começou a acompanhar os movimentos estudantis. A luta pelo passe livre em 2013 foi um grande marco na sua vida, momento em que percebeu a necessidade de se organizar coletivamente. Nessa manifestação, ela presenciou um dos momentos mais tensos de sua caminhada na militância até aqui.

Vivendo de perto a repressão da polícia com ataques de bomba, gás e balas de borracha, Fernanda se sentiu em uma verdadeira guerra cercada pelas tropas de choque. Apesar do susto, mesmo com medo, ela seguiu para outro ato na semana seguinte. A partir dessas experiências, ela entendeu a importância de lutar na rua pelos nossos direitos.

Em São Caetano, sua luta se iniciou na Juventude por + Direitos em 2016. Sua integração no movimento aconteceu após uma movimentação política contra o corte de bolsas estudantis na cidade. No coletivo, ela atuou defendendo a educação, as mulheres e os artistas. Em 2018, Fernanda participou de um festival organizado pelo Coletivo de Artistas de São Caetano do Sul, e a partir disso, se interessou pelo movimento e somou na luta política do coletivo.

Sua ligação com o tema da educação se consolidou quando se tornou servidora pública da Educação no município. Atualmente, Fernanda coordena o coletivo dos Servidores em Ação, que atua na defesa dos direitos dos trabalhadores. Além disso, ela também ocupou a cadeira de suplente no Conselho Tutelar.

O que mais gosto é a luta dos trabalhadores que venho entendendo desde que comecei a ser agente de saúde, e tomou mais forma sendo inspetora de alunos. Atualmente faço graduação em Serviço Social e componho um mandato coletivo de vereadoras, e lutar pra mim em todos os espaços para alcançar coletivamente o fim do capitalismo e uma sociedade igualitária é a base de toda a minha existência”

Paula

Antes mesmo de entender sobre política, Paula já tinha dentro de si anseio de se organizar. Seu primeiro contato foi com o grêmio da escola em que estudava. Influenciada pelos pais a sempre ajudar as pessoas ao redor, ela cresceu se envolvendo com a vizinhança, organizando trabalhos sociais, e resgatando e cuidando de animais de rua com a avó, a tia e a mãe.

Seu cuidado diário com os bichos e sua preocupação com o meio ambiente despertaram seu interesse político. Aos poucos, seu pensamento crítico e seus posicionamentos eram construídos. Naturalmente, se alinhou à ideologia da esquerda e começou a acompanhar as principais ações do governo da época.

Vendo de perto o sofrimento dos animais, Paula passou por um processo de anos até se tornar vegana e lutar pela causa animal. Com o entendimento de que não só os gatos e cachorros sofrem, ela revolucionou a própria vida. O meio ambiente também se tornou um assunto que acompanhava frequentemente, procurando iniciativas que ajudassem na preservação do planeta.

Lutando de forma mais independente, ela se identificou com o movimento do veganismo abolicionista, que é ligado ao anticapitalismo. Ao contrário de alguns movimentos que abraçam o capitalismo, relacionando a prática ao consumo, ela acredita em um movimento contra o sistema na luta contra a escravidão e exploração dos animais. Hoje, ela é ativista da causa animal há 15 anos.

Um dos momentos mais marcantes de sua militância foi a luta contra o embarque de animais vivos. Em navios gigantes, exportavam mais de 5 mil bois vivos, viajando por mais de 15 dias pelo mar. Paula fez parte do movimento que foi ao Porto de Santos impedir que os navios desancorassem. O ambiente hostil com pessoas armadas, e caminhões ameaçando atropelar os manifestantes foi arriscado, mas necessário. Após os dias de luta no porto, o manifesto chegou até a Alesp na tentativa de aprovar um projeto de lei contra tal atrocidade.

Além de estar presente na causa animal, Paula, que é formada em Artes Visuais pela UNESP, faz parte também do Conselho de Cultura em São Caetano, lutando para que a sociedade veja arte como trabalho, e artista como trabalhador. Em 2018, ela se juntou ao coletivo Juventude por + Direitos. A identificação com o movimento aconteceu nas ruas da cidade lutando pelas mesmas causas.

Não tem luta mais essencial que a luta dos animais e do meio ambiente. Sem a vida no planeta não existe nada, não pode existir luta antirracista, luta feminista, porque precisamos de um planeta pra habitar. Se você tem empatia pelos menores seres do planeta, você está exercitando uma empatia não seletiva. Por esse tipo de lógica conseguimos ter uma visão mais global do que é ter empatia e pensar em todas as lutas que fazem parte disso, em relação a todas as minorias que existem.”