LINHA DO TEMPO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: SAMUEL, SAUL E PHILIP KLEIN!
Nesse texto, vamos construir uma Linha do Tempo para que você conheça o passo a passo dessa história e das notícias, assim como, para fortalecer a luta por Memória, Verdade e Justiça às vítimas da família Klein.Nossa cidade, São Caetano do Sul, não pode seguir homenageando com rua, Centro Médico e escola Samuel Klein e sua família, essa história é uma mancha para a nossa cidade e o silêncio do atual prefeito Auricchio (PSDB) é ensurdecedor.
19 jul 2023, 22:36 Tempo de leitura: 10 minutos, 37 segundosEm Abril de 2020, o UOL Esportes publicou uma longa matéria investigativa que denunciava os casos de violência sexual e abuso contra mulheres cometidos por Saul Klein. Desde então, as investigações jornalísticas ou do Ministério Público avançaram e, passados 3 anos, o histórico de violência contra mulheres atinge, desde o fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, até o neto Philip Klein. Por trás de um enorme império financeiro, estava uma rede brutal, machista e desumana de abuso sexual contra mulheres, inclusive, menores de idade.
Nesse texto, vamos construir uma Linha do Tempo para que você conheça o passo a passo dessa história e das notícias, assim como, para fortalecer a luta por Memória, Verdade e Justiça às vítimas da família Klein.Nossa cidade, São Caetano do Sul, não pode seguir homenageando com rua, Centro Médico e escola Samuel Klein e sua família, essa história é uma mancha para a nossa cidade e o silêncio do atual prefeito Auricchio (PSDB) é ensurdecedor. O prefeito não só ignora as diversas notícias e decisões judiciais que escancaram o verdadeiro legado da família Klein, como também desrespeita as mais de 4 mil pessoas que assinam o nosso abaixo-assinado pedindo a retirada das homenagens da nossa cidade.
Ao final dessa Linha do Tempo, você poderá assinar também o Abaixo-Assinado para pressionar o prefeito Auricchio que deixe de homenagear um machista com diversas denúncias de violência contra a mulher!
O Harém do Príncipe:
Em 25 de dezembro de 2020, o UOL publica uma matéria que começa a evidenciar o império de violência contra as mulheres contruído por Saul Klein. 14 mulheres acusavam Saul Klein de montar um esquema de recrutamento e transporte de meninas, inclusive menores de idade, para abusos sexuais. Os relatos contam que mulheres eram atraídas com propostas falsas de serem modelos e, depois, eram submetidas a controle de peso, pressão para realizarem procedimentos estéticos e para manter relações sexuais com o Klein, sempre sem o uso de preservativos. Além disso, esse esquema contava com todo um império financeiro, como o uso de seus helicópteros particulares e um amplo número de seus funcionários que o auxiliavam na organização do aliciamento das meninas.
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https://www.uol.com.br/esporte/reportagens-especiais/o-harem-de-saul-klein/
As acusações não reveladas de crimes sexuais de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia
Meses depois, em abril de 2021, a história que já era nojenta e violenta ganha capítulos ainda mais absurdos. O jornal A Pública divulga uma ampla reportagem que investigou uma rede de violência contra às mulheres que utilizava a mais famosa rede de varejo, Casas Bahia, como fachada para aliciar e abusar mulheres e que foi , construída por Samuel Klein, pai de Saul Klein. Ou seja, a prática de abuso contra mulheres e crianças, sustentada por rios de dinheiro, não era um caso isolado, mas prática comum de um pai e um filho, ambos machistas e poderosos.
“Klein teria usado seu poder como empresário bem-sucedido para manter durante décadas um esquema de aliciamento de crianças e adolescentes para a prática de exploração sexual dentro da icônica sede da empresa, em São Caetano do Sul, além de outros locais em Santos, São Vicente, Guarujá e Angra dos Reis.” O modus operandi era bastante similar, Samuel atraia crianças e adolescentes (de 9 até 17 anos) com promessas de presentes das Casas Bahia ou dinheiro para, depois, abusá-las e violentá-las dentro da própria empresa. Samuel, inclusive, se safou das investigações por morosidade do Poder Judiciário da época e, até mesmo, pelo seu amplo poder e influência no país, diversas famílias que iniciavam o processo de denúncia eram perseguidas e chantageadas por funcionários de Samuel.
Uma família acusa o fundador das Casas Bahia
A Pública divulgou uma reportagem exclusiva sobre uma família de 4 mulheres de São Caetano do Sul que relataram terem sido abusadas por Samuel Klein, evidenciando um ciclo de violência contra crianças e adolescentes. Os relatos apontam para uma crescente de violência contra meninas menores de idade, que passavam por assédios e, até mesmo, estupro.
Aqui, todo o esquema era operado por uma funcionária paga por Samuel Klein para organizar a ampla rede de abusos e violências contra mulheres, inclusive, com competições entre as mulheres em troca de prêmios das lojas da Casas Bahia. A reportagem aponta, inclusive, um novo local: um imóvel em Angra dos Reis onde a situação era ainda mais degradante e insalubre para as meninas.
Nessa matéria há uma das passagens mais nojentas e abusivas, Samuel Klein teria pedido para que uma das mulheres levasse sua própria filha para o esquema de aliciamento de menores, na época, uma criança de 6 anos!
O Esquema de Saul Klein
Poucos dias depois, o portal Universa da UOL também entra de cabeça no caso e publica uma ampla reportagem tratando dos casos de abusos e violência contra mulheres cometidas por um dos filhos de Samuel, Saul Klein. A reportagem é baseada em denúncias de 9 mulheres que levaram os crimes de Saul ao Ministério Público de São Paulo. “As vítimas acusam o empresário de estupro e afirmam que ele manteria uma rede de aliciamento e exploração sexual — 5 delas afirmam que eram menores de idade na época em que os abusos teriam sido cometidos.”. O modus operandi, novamente, era bastante parecido: agenciadoras, contratadas por Saul, entravam em contato com as vítimas por rede social com promessas mentirosas de trabalhos como modelos.
Ao chegarem nas entrevistas, no entanto, eram surpreendidas com cenas de sexo, ameaças verbais, seguranças armados e, até mesmo, proibição de usarem o celular. Os abusos, inclusive, passavam por orientações de fingirem ser virgens, o chamá-lo de “pai” e mentir a idade para parecerem mais jovens. Além disso, o nível de organização criminosa contra mulheres era profissional, as agenciadoras também participavam de toda a organização do dia a dia nas mansões de Klein, inclusive, ordenando para as meninas o que deveriam fazer.
“Saul me levou para um quarto e começou um abuso, ele começou a me apertar. Perguntei se usaria preservativo, ele respondeu que não. Falei que não queria continuar, mas ele não respeitou. Foi muito ruim” Relata uma das mulheres vítimas de estupro.
Depoimentos ampliam indícios de crimes sexuais de Samuel Klein para três décadas
Dois meses depois da primeira reportagem, em Julho de 2021, A Pública divulga mais uma reportagem que amplia o número de denunciantes contra Samuel Klein. Agora, as denúncias chegaram ainda mais perto, até o ano de 2013, elevando o período de abusos para 30 anos! Com quase 90 anos, Samuel Klein organizava, dentro da sede das Casas Bahia em São Caetano, encontros com dezenas de mulheres e crianças que eram abusadas. Os encontros, inclusive, foram fotografados e A Pública teve acesso. O relato de um ex-gerente das Casas Bahia, inclusive, apontam que a prática de abusos e de pagamento de mulheres era conhecido pelo posterior dono da empresa, Michael Klein.
“Pra mim foi uma coisa totalmente absurda. Eu procurei na época o Michael e ele falou que o pai dele tinha um problema, tinha um desvio e que, infelizmente, ele não conseguia administrar isso”.
Michael Klein, citado acima, é um dos filhos de Samuel Klein e, como a reportagem indica, conhecia e acobertava o esquema de abuso de seu pai. Hoje, os vereadores do Auricchio propõe que novas homenagens oficiais sejam feitas a Michael Klein. Nosso mandato, obviamente, é contra.
Anorexia e depressão: vítimas que acusam Klein relatam danos psicológicos
A história até aqui resumida, não poderia ter outro resultado: danos inimagináveis à vida de centenas de mulheres. Nesta reportagem, o Universa da UOL mostra o relato de uma das vítimas que, após anos dentro do esquema de violência e exploração sexual de Saul Klein, sofre até hoje com marcas em sua saúde física e mental, que incluem dependência química, uma batalha contra um distúrbio alimentar e dificuldades para manter relações sexuais.
Os relatos aqui, novamente reforçam os casos de violência sexual, Saul se recusava de usar preservativo e a praticava sexo anal contra a vontade das mulheres. A vítima relata até hoje, a dependência de medicamentos para dormir, a contração de ISTs, internações psiquiátricas e até automutilação. O esquema de violência era absolutamente calculado, inclusive, com a presença de médicos nos imóveis de Saul Klein para tratar de doenças venéreas, bem como, de um cirurgião plástico.
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Tragédia: recrutada na escola, uma das ‘preferidas’ de Klein morreu aos 22
No caso de uma das mulheres, ainda com 17 anos quando foi procurada por uma das agenciadoras, o resultado foi o pior possível: tirou sua própria vida. No primeiro momento, a adolescente não queria aceitar o convite da agenciadora, porém, a contratada de Saul chegou a ir até a escola da adolescente para pressionar que aceitasse o convite.
Aqui a história é a mesma, após ir para o encontro com a promessa de ser modelo, foi estuprada sem o uso de preservativo. Com o tempo, ela se tornou a “preferida” de Saul, chegou a passar 48 horas presa dentro do seu quarto sob efeito de álcool e de remédios hipnóticos para insônia. Em uma situação, passou por dias com sangramentos vaginais e não foi levada ao hospital, sendo obrigada a ficar em um quarto privativo na casa de Saul.
Em 2017, ela não manteve mais nenhuma relação com Saul, enviou uma carta para o empresário relatando os diversos casos de abusos e o desenvolvimento de “um quadro agudo de distúrbio emocional decorrente dos fatos ocorridos na casa do Sr. Saul Klein”
Família Klein: Filho de Saul e neto de Samuel já bateu e urinou em mulheres.
A história de horror e violência contra mulheres é uma herança que passou de Samuel, para Saul e para Philip Klein, acobertada pelo atual acionista da Via Varejo (antiga Casas Bahia), Michael Klein. A denúncia do Ministério Público aponta que uma das mulheres que se relacionou com Philip foi obrigada a ficar trancada em seu quarto enquanto ele se relacionava com outras mulheres, além disso, foi ameaçada com uma tesoura, foi puxada pelo cabelo e arrastada pelo corredor. Após isso, entrou na Justiça com medida protetiva que foi desrespeitada por Philip ao contratar uma empresa de detetives para segui-la.
Alguns anos depois, Philip foi preso em flagrante pela Polícia Federal por urinar em uma mulher dentro de um voo comercial.
Saul Klein é condenado a pagar R$ 30 milhões em ação sobre exploração sexual
Enfim, uma primeira vitória! Agora em 2023, Saul Klein foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar indenização de R$ 30 milhões em uma ação que tratava dos diversos casos de abuso e violência sexual que cometeu contra mulheres. “Na decisão, a Justiça afirmou que, para fins trabalhistas, ficou comprovado que Klein mantinha diversas mulheres em condição análoga à de escrava, contratadas para trabalhos sexuais.”
Seja parte da nossa luta por memória, verdade e justiça para todas as mulheres vítimas dos machistas Klein!
Após ler esses fortes relatos não tem como não se indignar, não é mesmo? Por isso, seja parte da nossa luta por memória, verdade e justiça para todas as mulheres vítimas dos machistas Klein e em defesa da vida de todas as mulheres. Assine o nosso abaixo-assinado pressionando o governo Auricchio (PSDB), para que pare de homenagear Samuel Klein com nome de uma rua, de um Centro Médico e de uma escola da nossa cidade!
Assine!