Não, essa é uma mentira espalhada pela turma do governo Tite. A inconstitucionalidade do Cartão São Caetano está na Justiça desde 2019, muito antes de Bruna ser vereadora, e desde lá a Prefeitura já perdeu 2 processos iniciados pelo Ministério Público: A primeira derrota da prefeitura aconteceu em 2021 e a outra em 2024. Nos dois casos, todos os desembargadores – que são juízes – do Tribunal de Justiça de São Paulo votaram por declarar o Cartão São Caetano ilegal, porque ele impedia a universalidade do SUS, isto é, que todo cidadão brasileiro tem direito a ter acesso ao serviço de saúde, e, em casos de urgência e emergência, independe onde ele esteja.
Veja um trecho da decisão judicial de 2021:
“É evidente a ofensa ao princípio da universalidade, ao se restringir o pleno acesso aos bens e serviços essenciais a que todos têm direito e o Poder Público, correspondentemente, tem o dever de prestá-los. Existe aí afronta a inúmeros direitos fundamentais, pois só com tal cadastramento seria possível acesso à educação, saúde, esporte, lazer e assistência social, com situação clara de exclusão e discriminação aos demais munícipes ou aos que eventualmente se encontrem no município e necessitem de serviços públicos a todos destinado.” E, quanto à invasão a competência da União, “Além disso, o artigo 8º da Lei 5.761/2019, invade a esfera de competência legislativa privativa da União ao dispor sobre registros públicos, criando a “Carteira de Identificação do Munícipe”. Afrontou-se aí o artigo 22, XXV, da Constituição Federal, violando-se o princípio do pacto federativo, como disposto igualmente na Constituição Estadual, artigo 144, já que não pode, lei municipal, regular matéria de competência do legislador federal”.
É por isso que, no dia 06 de dezembro de 2024, um projeto de lei que acaba com o Cartão São Caetano foi votado na Câmara a pedido da própria prefeitura. TODOS os vereadores votaram favorável ao projeto, já que também consideravam o Cartão São Caetano inconstitucional.